A Escola de Verão Feminista Sem Fronteiras proporciona um espaço de encontro, aprendizagem mútua e inspiração para investigadores, activistas, artistas e membros de organizações comunitárias trocarem experiências, estratégias e lutas através e contra as fronteiras. Procurando desmantelar a hegemonia do meio académico como o principal local a partir do qual o conhecimento é produzido e distribuído.
Na edição de 2023, Lisboa, Atenas, Berlim, Nova Deli, Novi Sad e Palermo, entre os dias 14 e 18 de junho, serão as bases para as discussões sobre os cuidados abolicionistas, tendo como ponto de partida para a reflexão sobre as práticas feministas de resistência no contexto das actuais lutas anti-carcerárias e sem fronteiras.
O cuidado abolicionista é uma forma de cuidado colectivo que procura prefigurar e decretar um mundo sem fronteiras, prisões e lógicas carcerárias. Uma resposta política à privatização e privação de cuidados, saúde, alimentação e habitação.
A sexta edição da Escola de Verão Feminista Sem Fronteiras, em Lisboa estará baseada no Largo Residências, o que receberá colectivos e associações como Nêga Filmes & Produções, Movimento dxs Trabalhadorxs do Sexo, Coletivo Afrontosas, Vozes de Dentro, Casa T , dentre outros.
Perfomances e apresentações de filmes abertos ao público:
– Performance a 14 de Junho com Antonyo Omolu (Coletivo Afrontosas)
IABÁS: terra – ar – água
Dramaturgia de dança que evoca as três energias femininas que fazem parte do panteão das divindades afro-brasileiras e que fundamentam qualquer reflexão sobre o feminismo negro afro-diaspórico. Dançado por um corpo negro queer (cuír) – IABÁS revela, na poesia da dança, como a ancestralidade africana reverbera o empoderamento na luta feminina negra.
– Sinopses dos filmes que serão exibidos no dia 15 de Junho com o colectivo Nêga Filmes:
MANCHÊ BOM – PETRA PRETA
“Vou repetir-me: Estar à margem é fazer parte de um todo que não nos reconhece como parte do corpo principal. Isso
implica uma travessia repetitiva do exterior para o interior. E com a entrada, vem a obrigação de sair. De lá para cá, resistindo à violência. Daqui para ali, resistir à violência. Tabanka era a proposta de um espaço seguro e mutável, entre a protecção e a cura. E este é um caminho para o alcançar. Um mapa invertido, onde os tesouros são devolvidos. Porque se trata de inverter caminhos e tentar recuperar o espaço dos sonhos.
+ uma nota para lembrar que o descanso é também um meio de liberdade” (Petra.Preta)
Produção, performance, texto e pintura Petra.Preta; Fotografia Saint. / Jaylson da Graça; Montagem Nêga Filmes; Paisagem sonora Petra.Preta e Maíra Zenun; Edição áudio Sara Morais; Graffiti Miratejo – autores desconhecidos; Coprodução Teatro do Bairro Alto; Agradecimentos: Lisa Monteiro e Fernando da Graça, Diogo Simões, João Reis Moreira, Maíra Zenun, Vera Marques, toda a gente do Hangar (Centro de Investigação Artística) e O Camões Preto. Este trabalho faz parte do projecto Primeiro Rascunho/TBA projecto.
Duração: 11:50 min.
CU.R. ANDEIRO
“O CU QUE ANDA MEXE-SE”
Concepção e produção: Luan Okun; Performers: Luan Okun e Joni Ricos; Arte 3D: YunaTurva;
Arte Digital: Bruno Marcitelli; Imagens: Maíra Zenun e Luísa Melo; Montagem: NÊGA FILMES; Edição de Som:
Gustavo Juventino; Agradecimentos especiais a: Projeto VISTO PERMANENTE, Associação Casa T Lisboa, Grupo EducaR
Grupo, Marcos Aganju, Maíra Zenun, Luísa Melo, Kopal, Gustavo Juventino, Bruno Marcitelli, Bruxa da Raba, Fayska. Vídeo performance criado para o Projeto Fricções: Palcos da Dança, SESC PINHEIROS.
Duração: 11:30 min
– Apresentações e música ao vivo,16 de Junho:
o_phe_lia
Tem criado como actriz, performer, artes visuais e sonoras partindo de uma de uma narrativa de experimentação e bricolage, usando o questionamento de uma realidade capitalista e binária para – através da ironia e do pensamento crítico – propor uma visão multifacetada, solidária, autónoma e interseccional de realidades, formas de fazer e partilhar – criar experiências performativas, instalações, ambientes ruidosos e sombrios, vídeo-histórias libertárias, colagens ou poesia falada e escrita. Usa o acesso livre, materiais partilhados, pirateados, reciclados e quotidianos para criar realidades alternativas ao entorpecimento anómico como forma de liberdade intuitiva, sem rótulos, sem opressões, e horizontal.
// consegues ouvir-me? Surge como uma experimentação – live (som) + videoarte (aproximadamente 30′) –
onde o questionamento surge como uma questão combativa e nos leva a uma narrativa ruidosa contra o patriarcado!
A minha vida dava uma banda sonora
A dj/artista Soulsista, nascida no Porto, traz na mala os seus sons para tirar o pó às ancas e fazer
os tornozelos estalarem. Soul music para afastar as maleitas.
África // Brasil // Américas
– Documentário – 17 de Junho:
Documentário
Documentário sobre a Resistência ao Extractivismo em Covas do Barroso (Boticas, Portugal): “Não às Minas:
Barroso, um povo em resistência”, resultado de um trabalho colectivo de Medios Libres com Gira Zapatista.
e Paloma Ruiz.