Roselyn Silva: a estilista dos tecidos africanos

A moda é uma forma poderosa de expressão cultural e os panos africanos são um exemplo fascinante dessa manifestação. Esses tecidos vibrantes e ricamente ornamentados contam histórias de tradições ancestrais, crenças e identidades. Entre os artistas que estão elevando o mundo da moda africana, destaca-se a talentosa estilista Roselyn Silva, cujo trabalho está enraizado na celebração da beleza das mulheres.

Neste artigo, trazemos a opinião da estilista santomense Roselyn Silva, que afirma que tem uma perspetiva muito positiva em relação à moda África devido a sua expansão no mundo, seja através dos movimentos de reivindicação social para emancipação da cultura africana ou por outros meios:

“Durante muito tempo faltou-nos uma coisa muito importante que é a credibilidade, algo que nos leva a ganhar confiança das pessoas, que atualmente sinto que as pessoas sentem quando procuram roupas africanas ou moda africana” afirma Roselyn.   

Roselyn Silva é uma estilista de São Tomé e de renome internacional, reconhecida por sua habilidade em criar roupas que combinam tradição e contemporaneidade. Nascida em São Tomé e Príncipe, mudou-se com os familiares para Portugal com 4 anos, licenciou-se em Engenharia de Higiene e Segurança (ISEL) e Design e Moda, na Lisbon Design School. Foi campeã nacional e ibérica de atletismo. 

O trabalho da estilista centra-se no tecido africano com glamour, principalmente a capulana, utilizando os padrões coloridos. A estilista santomense é uma empreendedora de um negócio com novas lojas em Portugal e com um plano de internacionalização a partir da cidade lisboeta.

Desde o início de sua carreira, Roselyn Silva dedicou-se a projetar panos africanos que honrassem a essência e a história das mulheres. A estilista acredita firmemente que a moda tem o poder de elevar a autoestima e o orgulho de uma mulher, e os seus designs refletem essa crença. Cada peça criada por Roselyn é cuidadosamente trabalhada, desde a seleção do tecido até o acabamento final, buscando realçar a beleza natural de quem as usa.

 

 

Roselyn Silva assegura que sente-se sempre preocupada com os clientes e com a qualidade porque quando temos estilistas africanas com este tipo de preocupação, começamos a perceber que o resto mundo nos aceita também, e sem falar do fator humano, onde somos vistos como referências. Isto  é algo que a jovem considera muito importante, onde as pessoas querem mais do que só o produto, como também procuram saber das histórias, do carácter, das referências, das culturas, entre outros.

Ao observar de perto as coleções de Roselyn Silva, é evidente que sua principal fonte de inspiração são as mulheres, que acredita que cada mulher tem uma história única para contar e que a moda pode ser uma ferramenta poderosa para expressar individualidade e quebrar barreiras no mundo. Roselyn procura capturar a diversidade e a beleza de diferentes formas femininas em suas criações, oferecendo opções que atendam a todas as mulheres, independentemente de seu tamanho ou tipo de corpo.

Além de seu talento como estilista, Roselyn Silva  criou de uma coleção de cariz social no decorrer da crise pandémica da Covid-19, que abalou o mundo inteiro nos últimos anos. A campanha foi promovida pelo Ministério da Juventude, Desporto e Empreendedorismo e pelo PNUD de São Tomé e Príncipe com o objetivo de desenvolver uma formação de produção de batas hospitalares e impermeáveis, produzidas pelas costureiras santomenses.

Roselyn Silva acrescenta ainda que, um dos outros objetivos delas, é de romper barreiras e preconceitos que existem sobre a roupa africana ou moda africana, começando por vestir não só pessoas africanas, mas sim pessoas de outros continentes. A estilista sente que tem estado a conquistar essa confiança dos seus clientes oferecendo confiança e qualidade.

No dia 26 do mês de Maio do ano em curso a estilista santomense lançou uma nova coleção inspirada na mulher angolana, a Roselyn Silva Resort Collection 2023. Segundo a estilista, viajar para Angola já estava nos planos e só faltava a oportunidade, que surgiu com um convite feito pelo Clube S para apresentar as suas coleções em terras angolanas. “Eu já tinha noção sobre o perfil da mulher angolana, mas percebi que faltava uma coisa, então fiz um estudo sobre a mulher angolana e suas caraterísticas específicas. Por serem  mulheres que não vestem só roupas locais, mas também marcas internacionais, levou-me a fazer uma mistura de tecidos. Esta coleção também é uma forma de fazer uma homenagem à Angola, porque todas as peças estão assinadas com nomes locais, por exemplo Luanda, Serra da Leba entre outros”, conta  Roselyn Silva.         

 

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