No mês de celebração da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha e da Mulher Africana, semanalmente recordaremos uma das nossas entrevistadas e, destacamos a conversa com Joacine Katar Moreira, que em 2015 falava com a Afrolis sobre as identidades “afro”, o conceito de “afrolisboeta” e demais identidades.

Joacine Katar Moreira é uma mulher africana de origem guineense, feminista, que vive em Lisboa desde sua infância. Além disso, ela é historiadora, política e possui um PhD em Estudos Africanos. Joacine foi deputada na Assembleia da República durante a XIV Legislatura, que ocorreu de 2019 a 2022.

Em maio de 2021, lançou o livro intitulado “Matchundadi: Género, Performance e Violência Política na Guiné-Bissau” (Documenta), o qual é baseado em sua tese de doutoramento. Nessa obra, ela aborda a dominação dos conceitos tradicionais de masculinidade na vida política e social da Guiné-Bissau, lançando luz sobre essa questão.

Em 2023, recebeu o Prémio Mulher Referência CBA 2023 : “A Joacine Katar Moreira tem quatro qualidades que raramente se conjugam. Aquilo que costumo designar por FACC: Formação, autoconfiança, carácter e coragem. Por isso foi capaz de conceber a estratégia que esteve na base da sua eleição para deputada e, uma vez vitoriosa, no Parlamento, afirmou, orgulhosamente, a sua identidade de mulher e de mulher negra, erguendo a sua voz e trazendo para o debate político agendas essenciais ao fortalecimento da democracia política e social, como a nacionalidade de quem vê a luz do dia em território nacional ou as desigualdades que afetam os imigrantes (em particular as mulheres) e as minorias étnicas. No Parlamento português haverá sempre um antes e um depois da Joacine Katar Moreira”, refere Francisca Van-Dunem.