Fala-me de amor

Não entendo o que dizes, 

Porque sei o que sinto.

Estou suspensa entre o som e o sentir,

Ouço o que dizes, mas sinto o que não consigo verbalizar.

E traduzo do tom a desculpa que perdoa a dor que insiste em ficar.

 

Não sei o que ouviste, 

Muito menos o que sentiste,

Quando tu também estavas suspensa 

Entre atos de dor, causados por alguém a quem se tem tanto amor, 

Justificando em desculpas não verbalizadas, o amor que só adivinhavas existir.

 

Sei o que sinto e sinto o que sentes, 

Mas estou suspensa entre a experiência e a definição, 

Porque não traduzes aquele grito em  “Amo- te e não te posso perder!”, 

Aquele presente em  “Estou muito orgulhoso de ti!”,

Aquela sopa em abraço e aquele cheque em presença.

 

Fala-me de amor

Ensina-me a conjugá-lo em família

Eu, tu e nós unidos num amor maior que a dor 

Para que aprenda a definição e a manifestação do amor

E que nunca se perca em tradução a diferença entre

Amar até doer e doer de tanto amar

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