O dia 26 de janeiro de 2023 foi mais do que especial para a Afrolis. Nós que começámos em 2014 enquanto Rádio Afrolis , “o audioblogue onde se pode saber mais sobre afrodescendentes em Lisboa”. Era assim que os episódios do nosso podcast começavam. Em 2022, após uma pausa de quase 3 anos, a Afrolis foi um dos quarenta e sete projetos de media a vencer o programa “Desafio de Inovação do Google News Initiative (GNI)”, que contou com cerca de 605 candidaturas de projetos na Europa, Médio Oriente e África. O resultado positivo e a escolha da Afrolis como um dos dois únicos projetos a vencer o prémio em Portugal, foi também motivo de celebração e partilha. A nós juntaram-se cerca de 100 pessoas que acolhemos no espaço Fábrica Braço de Prata, na sala Foucault, das 19h às 22h30.
O programa envolveu convidadas como Paula Cardoso, do projeto Afrolink, Neusa Sousa, do Chá de Beleza Afro, e Ana Naomi, jornalista e realizadora de documentários. Juntas discutimos a trajetória de mulheres racializadas nos media numa “Sister Talk ”em que o que mais saltou à vista e aos ouvidos foi o quão diferentes eram as experiências de cada uma daquelas profissionais, as visões sobre o jornalismo e até mesmo os seus sotaques. Foram muitos os reencontros com pessoas que acompanham o trabalho da Afrolis desde os seus primeiros passos em 2014 e mais ainda os novos rostos e interesse pelo projeto em que agora damos destaque a mulheres negras e racializadas.
Regressamos enquanto um projeto de informação digital independente que visa mudar a percepção da realidade sobre mulheres negras e racializadas em Portugal e no mundo. Com uma redação liderada por jornalistas negras e outras mulheres historicamente racializadas, propomos-nos a construir uma rede social global que investigue narrativas estereotipadas sobre estas comunidades, contrastando-as com as histórias por elas mesmas produzidas.
Acreditamos que considerar múltiplos pontos de vista é fundamental para o jornalismo e trabalhamos para garantir que as mulheres sejam incluídas e valorizadas em todas as áreas da profissão. Promovemos a justiça racial e a igualdade de género e fazemos uso de diferentes formatos como artigos, podcast, videocast e audiodramas, para que essa mensagem chegue ao maior número de pessoas possível.
A celebração do dia 26 de janeiro de 2023 foi um momento mágico. Recebemos cerca de 100 pessoas que puderam acompanhar a nossa “Sister Talk” e deixar-se entreter pelo coletivo Wako Kungo, uma plataforma de artistas independentes e alternativos, que nos trouxe poesia, música e boa disposição para este novo arranque. Obrigada a todos os que estiveram presentes e que nos enviaram mensagens pelos nossos canais. Continuemos a caminhar em conjunto!
