A artista interdisciplinar Grada Kilomba vai receber o título de Doutora Honoris Causa no ISPA – Instituto Universitário em Lisboa, faculdade onde se formou em Psicologia Clínica e Psicanálise. A cerimónia vai ocorrer no dia 14 de abril, às 11h e é aberta a todos os membros do ISPA, bem como ao público em geral.
Reconhecida internacionalmente pela sua arte e trabalho que exploram “questões de memória, trauma, género e pós-colonialismo”, contribuído assim para a luta contra o racismo e a discriminação, a cerimónia é uma homenagem ao trabalho de mérito produzido por Grada Kilomba, tal como afirma Teresa Garcia-Marques, Presidente do Conselho Científico do Ispa – Instituto Universitário em comunicado.
“A atribuição do título Honoris Causa é uma forma de homenagem a alguém que merece reconhecimento público por ter realizado algo relevante, no campo científico, social e/ou artístico. Grada Kilomba tem-se destacado em todas estas áreas ao longo do seu percurso profissional, desde o momento em que foi aluna do ISPA”, pode ler-se na nota de imprensa.
A artista, autora do aclamado livro Memórias da Plantação, é “reconhecida pelo espaço híbrido que o seu trabalho cria, onde as fronteiras entre as linguagens académicas e artísticas se confinam, a sua multidisciplinaridade expande-se desde a escrita, à leitura encenada dos seus textos, assim como instalações de vídeo e performance”.
Em 2017, Grada Kilomba apresentou o seu trabalho pela primeira vez em Portugal nas Galerias Municipais, colocando questões acerca da legitimidade do lugar de fala — “Que histórias são contadas? Como é que são contadas? Onde são contadas? E contadas por quem?” — uma prática recorrente nas suas instalações artísticas. Nesse mesmo ano, Carla Fernandes, directora da Afrolis, abordou estas mesmas questões e a descolonização da sociedade portuguesa, no Teatro Maria Matos em conversa com a artista multidisciplinar. Essa conversa pode ser ouvida no vídeo em baixo.